terça-feira, 2 de junho de 2009

Sexta-feira...

...dia da festa dos calouros, véspera do 1º de abril. Meu irmão tinha ido para a festa com outros amigos e íamos nos encontrar lá. Eu e o V. saímos da última aula e fomos direto para o metrô, tomando nossas latinhas de chopp de vinho, para encontrar meu namorado – o Sr. R. Chegamos lá os apresentei e percebi que ele estava com uma cara triste. Já tinha falado com o V. então logo depois da apresentação meu amigo nos deixou sozinhos. E eu sorrindo falei: ‘vai amor, qual é a pegadinha de 1º de abril. Não teve graça você brincar comigo daquele jeito, quase tive um treco!’. Mal tinha acabado minha frase e notei uma lágrima escorrendo pelo rosto do Sr. R. Bateu o desespero e eu comecei a perguntar ‘o que foi? Me conta logo o que tem pra contar!’ E nisso, ele me segura pelos braços fala que me ama muito e que entenderia se eu quisesse terminar, outra lágrima escorreu, ele olhou nos meus olhos e falou: “ T. eu tenho HIV!”. Minhas pernas amoleceram, quase desmaiei, eu comecei a chorar muito e ele me deu um forte abraço. E as perguntas de praxe começaram a sair: ‘Mas como isso aconteceu? Com quem foi? Você me traiu? Quem sabe disso? Porque não me contou antes?’ ... Ele me pediu calma e foi respondendo: “Fui numa casa de prostituição e a camisinha estourou quando eu estava com a prostituta. Nunca te trai e nunca trairia porque te amo. Não te contei antes porque eu não tinha certeza se tinha mesmo. E só meu melhor amigo, minha médica e você sabem.” Perguntei se ele voltou ao lugar para notificar a prostituta e ele falou que não e nem faria porque não gostava de falar nisso. O tempo foi passando e estava ficando tarde. Meu amigo já estava aflito. Ele me perguntou se eu iria continuar com ele mesmo assim e eu falei:’amor, o V. já ta nos esperando há um tempo. Vamos pra festa e depois eu te falo o que vai ser de nós.’ E assim foi! Ele pegou na minha mão, fomos até o meu amigo, que percebeu que algo não estava bem, e de lá seguimos para a festa.