sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Eu e ela, ela e eu...novamente e definitivamente?!

20 de setembro de 2008 – ele vira para mim e fala : ‘vou embora, só estou esperando a Rafa acordar’, e eu repliquei: ‘pra que? Para se despedir e deixar a menina triste de novo?’ e ele: ‘ não, porque quero acender a luz para pegar minhas coisas que estão no quarto’; isso partiu meu coração. Não deu cinco minutos minha filhota acordou, ele estava arrumando as coisas para ir embora, eu inconformada liguei para a mãe dele que disse friamente para mim que já sabia que ele ia embora de casa porque não agüentava mais viver em crise. Detalhe: todo mundo sabia que meu casamento estava em crise, menos eu. Na hora de ir embora ele deu um beijo na Isa e me deu um beijo demorado, limpou minhas lagrimas e falou que ia embora mas não deixaria de pagar as contas e nos ajudar como estava fazendo. Que triste foi aquilo.
Admito que fiquei triste, porque eu fiz todo um sacrifício por ele, abri mão de muita coisa por ele e por mim claro...mas mais por ele, porque se fosse pela minha saúde eu poderia esperar...enfim... eu estava muito triste mas ao mesmo tempo aliviada. Estava com medo de perder minha filha para ele e de ficar sozinha... esse sim era meu único medo. Pelo menos naquele primeiro instante.

Cansei!!!

Depois de muita insistência ele voltou! Mas muito diferente... cheio de si... mas era meu marido, pai da minha filha, eu tinha que tentar! Ele e meus pais não se falavam, eu ficava no meio de um fogo cruzado que só me machucava. Virei escrava da situação... me reprimi, não me expressava mais, fazia tudo sozinha e não brigava nem reclamava mais por nada só para que ele não tivesse desculpas para nos abandonar de novo. Chegou um momento que eu não agüentei mais...fiz o impossível até que consegui: ele e meus pais voltaram a se falar. Claro, que nada mais era como antigamente. Mas pelo menos o fogo cruzado sessou e consegui sorrir de tranquilidade novamente.
E assim fomos levando, ele continuava meio estranho mas suportável...culpava o cansaço e eu acreditava. Só que tudo começou novamente: a indiferença, ausência de diálogos...carinhos, o olhar vazio! Aquilo me deixava louca, e sempre que achava que ia explodir corria pra casa da mãe e ela me orientava a manter a calma e tentar conversar e era isso que eu fazia, mas era inútil... E como tudo na vida tem limites aquela situação também teria... a indiferença dele e da família dele comigo já estava insuportável. Cheguei nele e perguntei porque ele não conversava mais comigo e porque estava me destratando... o nervosismo dele foi tanto que até para a parede sobrou um soco e eu fiquei sem entender. Estava tão confusa com tudo aquilo que cheguei a perguntar se ele estava fazendo tudo aquilo para voltar para a casa da mãe dele e ele disse que não, que não queria voltar para a casa da mãe dele porque me amava e amava a filha dele e queria que vivêssemos juntos e felizes. Hahaha... eu acreditei... pura ilusão. Depois dessa conversa pensei que estávamos bem... não deu uma semana para receber novamente a noticia trágica: “amanhã estou indo embora, cansei! Estou vendo minha vida passar diante dos olhos e não estou curtindo nada”. É dessa vez ele foi esperto... avisou que ia embora na sexta-feira. Entregou-me a aliança falando que era um presente.

Desespero

Véspera do meu aniversário: por incrível que pareça depois de uns dias desse entendimento ele chega em mim e me avisa que no fim de semana próximo iria embora de casa pois não sentia mais nada por mim. Estava de pijama deitada na cama com a minha filha, mal levantei e perguntei para ele se havia outra pessoa e ele disse friamente que não só queria ir embora porque estava cansado de brigas e de mim.
No desespero, levantei-me peguei minha filha e fui para a casa dos meus pais e relatei aos prantos o que estava acontecendo. Nisso meus pais foram tirar satisfação e ambos começaram a trocar ofensas, meus pais falaram que ali não era pensão e que se ele queria sair de casa que saísse aquele dia e assim ele o fez. Sem pensar duas vezes nos deixou e admitiu ser frio e calculista, afinal estava fazendo tudo aquilo com quem lhe confio a vida e bem na véspera de aniversário. Eu perdi meu chão... abandonada pelo marido, sozinha com uma filha de 3 meses. Não queria fazer nada, mal conseguia cuidar da minha filha...ficava deitada pensando numa forma de trazê-lo de volta. Liguei inúmeras vezes, pedi perdão feito uma condenada e implorei para que voltasse e me desculpasse pelas brigas desnecessárias.

Sozinha...?

Eu estava uma pilha, por que um filho é muita responsabilidade e eu nunca podia contar com o Sr. R. Todo aquele pique que ele tinha no começo não existia mais... vivia dormindo pelos cantos e nem compania conseguia me fazer. A solidão e a responsabilidade começaram a me deprimir, e vivíamos sob brigas. Ele parou de me dar atenção e mal olhava nos meus olhos... dialogo não existia mais tanto que chegamos a nos comunicar por carta. E a carta resposta dele não foi a das mais educadas. Chegou um dia que não agüentava mais aquela situação e o chamei para conversar, pedi uma trégua e tentamos ficar de boa. Estava tudo muito bem, parecia que agora estávamos nos entendendo novamente.

Aff...

Passado alguns minutos fui para o quarto, não podia falar nada com ninguém. Fiquei no quarto sozinha por um tempo ate que foi liberada a entrada. Esperava minha mãe ou meu marido... adivinha quem entra primeiro que todo mundo?
Minha sogra e a vizinha dela, a pessoa que não queria que eu casasse com o filho dela e muito menos tivesse um filho com ele entra no meu quarto primeiro que minha própria mãe e marido, praticamente se joga em mim me agradecendo pela neta. Aff... fora que me encheu de perguntas e eu nem podia falar. Logo entra meu maridinho e minha mãe... chorei tanto... queria tanto ver minha filha, mas ainda n ao podia. Ela só foi pro quarto por volta das 21h30, e eu só peguei ela no colo depois das 22h. Os dias na maternidade fora horríveis... muita dor da cesárea e de gases. Quando voltei para casa não foi diferente... era véspera de ano novo e eu estava no hospital porque mal conseguia respirar de tantos gases que eu estava. Mas depois de uns dias as coisas foram normalizando, em compensação meu casamento... ia de mal a pior!

Paranóias...

No fim da gravidez comecei a ter certas paranóias ... morria de medo da anestesia.
Dezembro de 2007...Nossa... era um mix de ansiedade, tensão... eu estava com um barrigão e depois de algumas horas não estaria mais e minha filha estaria do meu lado. É impressionante o dom da vida!
Entrei na sala de cirurgia me preparam e eu estava aflita. Ficava perguntando pelo Sr. R e quando ele apareceu eu cai aos prantos... chorei muito e ele ficou ao meu lado segurando minha mão.
14h59min: nasceu minha anjinha!!! Tão sossegadinha... não queria sair de jeito nenhum, tiveram quem empurrar minha barriga. Eu chorava muito, só queria dar um beijo nela mas ela não ficou muito tempo comigo, tiveram que levá-la para tomar logo o banho e diminuir a probabilidade de contagio. Logo depois que a levaram o Sr. R também teve que sair. Fecharam a cesárea e fiquei sozinha por alguns minutos... horrível isso. Não gostei de ficar lá sozinha... queria ver minha filha, queria minha mãe, queria me sentir segura com alguém do lado.