quinta-feira, 18 de junho de 2009

Descoberta de uma mosca branca!

Falei com o meu chefe, expliquei a situação e naquele dia mesmo alem de ter chegado mais tarde ia sair mais cedo para coletar sangue de novo. O resultado saiu em dois dias e positivo. Não teve jeito... estava confirmadissimo: eu sou portadora do vírus HIV. Com essa confirmação em mãos, fui a consulta com a infectologista que minha madrinha arranjou e como eu não tinha convenio tive que pagar a consulta. Ela me examinou e fez as perguntas de praxe: se eu namorava, se mantinha relações sexuais, se usava drogas, se compartilhei agulhas e se já tinha recebido sangue em algum procedimento cirúrgico. Acho que a única resposta positiva foi em relação ao namoro. Ela estranhou muito porque pelo que estava falando para ela não tinha como eu ter me contagiado. Foi ai que ela pediu licença aos meus pais e eu acabei falando do Sr. R e do beijo com sangue e das minhas aftas. A Dra. falou que nunca havia visto caso parecido, e que eu era uma mosca branca. Depois de tudo esclarecido com a medica, meus pais entraram a sala de consultas novamente e ela me encaminhou para um Centro de Referencia de HIV e DSTs. Meus pais não gostaram muito do tempo em que fiquei sozinha com a medica, acharam estranho, afinal nunca escondi nada deles mas desconversei.
Nessa noite, falei com o Sr. R. e nada de mais. Ele me falou o que estava falando há semanas, porém eu deixei claro para ele que não agüentaria enganar meus pais por muito tempo, afinal para eles o Sr. R não tinha nada e eu poderia coloca-lo em risco. O Sr. R ‘entendeu’ mas pediu um tempo para que eu contasse. Já meus pais estavam preocupados com ele, como ele reagiria a tudo isso agora que já estava tudo confirmado, mal eles sabiam que o Sr. R é quem havia me contagiado. Essa semana foi tão estressante que meu pai cogitou formas de contagio absurdas...ate para o dentista ele apelou... minha madrinha pensou que foi no dia em que eu coloquei o piercing no nariz e ela se sentiu culpada afinal ela quem me deu a jóia e tudo mais.
Nesse meio tempo o inesperado para o Sr. R aconteceu, a mãe dele ‘arrumando’ a mochila dele viu os exames de HIV. Ela descobriu a sorologia do filho da maneira mais trágica possível. Ele ficou super mal, porque não queria que a mãe dele descobrisse, ainda mais daquela maneira. A mãe dele por sua vez ficou preocupada em relação a minha pessoa, ficou com ‘medo’ que ele me contagiasse e minha familia os processasse. Mal ela sabia, que enquanto ela estava descobrindo a sorologia do filho eu e meus pais estávamos correndo atrás de um plano de saúde que tivesse menor tempo de carência para doenças pré-existentes, por causa do vírus que o filho dela já havia me transmitido.